domingo, 6 de janeiro de 2019

Resenha: São Jorge dos Ilhéus - Jorge Amado

Bom dia, galera! Primeiramente, desejo a todos um feliz 2019, que esse ano seja próspero e com ótimas leituras! 
Hoje vamos conversar um pouco sobre o último livro do projeto #lendojorgeamadoliteral do ano! São Jorge dos Ilhéus. 
São Jorge dos Ilhéus é uma espécie de continuação de Terras do sem-fim (livro já resenhado, clique aqui para ver), no primeiro livro temos uma sociedade mais "primitiva", que batalhava com sangue suas conquistas pela terra, Já em São Jorge, temos uma consolidação da conquista pela terra.

O cacau era uma grande fonte de riqueza para a economia local e nacional, logo, um cacau era visto como ouro, proporcionando o surgimento de cidades e vilas graças a esse cultivo provindo de extensas lutas pela terra.
Como uma literatura de cunho social, Jorge irá nos apresentar o lado dos trabalhadores, ainda sendo tratados e contratados em regimes de semi-servidão, com passagens dos fazendeiros e coronéis aludindo ao racismo e a escravidão. 
O luxo provindo da alta do cacau permite uma nova forma de convivência em comunidade. 
Essa sociedade em Ilhéus fora modificada completamente, o que antes era um ambiente completamente rural, abriu espaço para a importância urbana, com a presença de exportadores, comerciantes e políticos e imigrantes de todo o mundo.

Mas como nem tudo são prazeres, a baixa vem, trazendo com sigo uma desgraceira só. De milionários foram para marginalizados, mendigos. Não tem mais trabalho e a cidade decaíra num fundo sem fim. As mulheres, viram na prostituição, alguma forma de sustento.
Com essa crise econômica e política assombrando a região, o foco mudara novamente, caindo na terra como no livro anterior. Voltamos a ter morte, caxixes e traições (não é mesmo Horácio?).
Mas nem só de luta, altas e crises estão presentes no livro, também temos histórias de amor: triângulos amorosos, decadências (como os argentinos Pepe e Lola) e outros.
Enfim, temos nesse livro uma certa modernidade provocada pela alta do cacau, que permitiu o avanço de certas tecnologias, indústrias, meios de comunicação e transporte, mas como nem tudo são flores, Jorge Amado nos mostra que essa economia imperialista que o Brasil vivia, com fortes influencia dos Estados Unidos, estava sendo movida ao fracasso.

Recomendo demais a leitura! 
Venham Participar do projeto conosco em 2019! Vejam nosso cronograma desse ano:


6 comentários:

  1. Boa tarde,Feliz 2019 e cada vez mais encantada com Jorge Amado como se isso fosse possível. Em 2018 ele nos fez conhecer a realidade dura de várias classes de trabalhadores.
    Tivemos o playboy rico chegando de Paris mostrando o poder,o preconceito e a visão de que somos o País do Carnaval porque tudo acaba em festa para empanar a misérias.
    Cacau com início das plantações e a escravidão mascarada.
    Suor e diversas vivências dos pobres no pelourinho. Mar Morto mostrando a não menos dura vida do homem do mar, a primeira demonstração de amor apesar de tudo com Guma e Lívia. Capitães da Areia e o abandono das crianças a própria sorte ou a falta dela bem retratada com Pedro Bala.
    Jubiaba que fala sobre religiosidade tão forte de Matrz Afro vívido pelo negro Baldo. A paixão de Jorge Amado por Castro Alves em seu ABC de Castro Alves e O cavaleiro da Esperança com uma biografia poética de Prestes.
    Terras do sem fim e São Jorge dos Ilhéus para fechar um círculo e dar início aos chamados romances de amor e tudo o que firma este universo.
    Banham as leituras de 2019.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sônia, já disse que você é incrível?! Amei suas palavras e a recapitulação de tudo o que vimos até agora no nosso projeto! Obrigado pela participação <3

      Excluir
  2. Eu adorei que esse livro fosse uma espécie de continuação de Terras do Sem Fim. Ou seja, um livro traz uma perspectiva mais histórica, raízes mais profundas da formação da zona do cacau (e da nossa formação como povo) e o segundo livro apresenta uma perspectiva mais moderna, abundante, civilizada. Curioso é notar como, embora alguns personagens se repitam nos 2 livros, para outros a história sangrenta de lutas pela terra é distante, coisa de outro tempo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amei suas observações! Obrigado pela participação <3

      Excluir
  3. Adorei o livro, acho que conseguimos ver do triunfo a queda do ciclo do cacau. Ficou bem claro como ficaram TDS as pessoas que estavam envolvidas na produção do cacau e que os coronéis quebraram, mas as exportadoras tinham se planejado para lucrar com tudo isso. Mostrou bem o drama daquela região, so o final foi muito corrido. Obrigada pela leitura. Feliz 2019!

    ResponderExcluir