Boa tarde, galera! Como estão? Hoje vamos conversar um pouquinho sobre o, talvez, meu livro predileto de Jorge Amado o Terras do sem-fim.
Com muitos personages e uma narração extremamente dinâmica, acompanhamos mais um livro que um dos personagens principais é o cacau baiano.
No livro temos dois principais focos que vão promover diversos conflitos na trama, a família dos Badarós e a do coronel Horácio. Essas famílias, que são ricas e grandes propriedades de terras cacaueiras lutam, literalmente, por um resquício de uma mata nativa, a Cerqueiro Grande, para expandir suas terras com as plantações de cacau.
Como das últimas resenhas, não contarei os acontecimentos lineares, para não estragar a leitura de vocês, caso você tenha interesse de saber mais, além de ler o livro, entre em contato e participe do nosso grupo de leitura cronológica dos livros do Jorge!
Voltando... atrelado a essa disputa pela terra, encontramos uma sociedade problemática que encara certas críticas promovidas por Jorge Amado.
Temos a questão migratória dos nordestinos mais pobres que buscam alguma melhoria de vida indo trabalhar nesses campos de fazendeiros ricos, encarando regimes de completa servidão; temos a situação da mulher que é construída como um mero objeto para os homens; temos o processo de ocupação desigual e conflituoso na terra; a política movida pela corrupção e interesses de oligarquias; a igreja como instituição sendo criticada e movida por interesses políticos; a prostituição e, por fim, a banalização da morte.
Como estudante de geografia, consegui identificar diversos aspectos na leitura que fazem todo o sentido com meus estudos, como a questão agrária, movida por conflitos no campo, e a regionalização do espaço brasileiro, sendo ele desigual, contraditória e conflituosa. Já fiquei com uma vontade tremenda de usar esse livro no meu trabalho de conclusão de curso, inclusive vou conversar com minha orientadora o quanto antes! <3
Mas não é só de conflito que se constrói a trama do livro, por exemplo, meus personagens favoritos, Virgílio e Ester vivem uma história de amor proibido e perigosa, com um final trágico, Jorge Amado esboça as convencionalidades daquela sociedade que tinha como pano de fundo as décadas de 1910/20, onde a distribuição de terras no Brasil eram dadas a quem quisesse plantar.
Super recomendo esse livro, que embora seja de 1943, é atemporal, mostrando o contexto de um Brasil que cultiva a cultura do ódio.
É isso, então, galera! Quem ai leu essa preciosidade? O que acharam? Venham discutir conosco no projeto!!