Boa noite, pessoal! Hoje vamos conversar sobre uma das maiores obras de Jorge Amado, o romance social "Capitães da Areia".
Com uma idealização dos garotos que moravam nas ruas, ou melhor, no trapiche, são os poetas daquela Bahia, além de serem os protagonistas dessa narração do sexto livro publicado por Jorge.
A oralidade marcante nesse livro, fazem com que essa obra seja uma grande referência do modernismo brasileiro.
A marginalidade social presente na obra de certa forma ganha uma consciência política, transformando seus personagens em agentes representantes políticos, o socialismo no caso.
Capitães da Areia também conta com uma propaganda política do socialismo, sendo então, queimado pelo Estado Novo de Vargas em praça pública.
Dividido em onze capítulos, encontramos uma série de desventuras desses garotos marginalizados nas ruas de Salvador, o que nos faz conhecer diversos personagens marcantes (e peculiares).
Temos uma ideologia do sincretismo religioso na obra, como uma forma de militância política na literatura de Jorge, com a presença de deuses, candomblé e outras referências religiosas.
A história começa com uma descrição do trapiche, onde mais de 100 garotos vivem nessa habitação. Logo de começo somos apresentados a Pedro Bala, o "líder" desse grupo de garotos.
Todos os órgãos possíveis daquela sociedade contribuem para a marginalização dos meninos, seja a mídia (como vemos nas reportagens presentes do livro), Órgãos políticos e outros. Os únicos auxílios com que os meninos podem contar são do padre José Pedro, um padre diferente do padrão do clero, pois exercia um exímio contribuição social com os meninos (e por isso o chamavam de comunista), e a dona aninha, mãe de santo.
Vamos conhecer alguns personagens: Pedro Bala, embora tenha muitas ações bandidas, notamos alguns sensos de justiça em seus pensamentos, atos; O Professor, é o garoto intelectual do grupo, ele era um dos únicos que sabiam ler e, por isso conta história para os garotos. João Grande é o esteriótipo do garoto burro mas de coração bom. Sem pernas, um dos meus personagens favoritos, é um personagem coxo e sua função no grupo era se dar de coitado e conseguir ser adotado por famílias ricas, uma vez conseguindo, Sem-pernas mapeava a casa e passava as informações para os capitães para furtarem aquela casa; O Gato, um menino de 13 anos que era apaixonado por uma prostituta, um estereótipo de malandro.
Mais pra frente da história, conhecemos Dora, a única menina do grupo que sofre por ser órfã e diferente, uma vez que era mulher.
Com cenas de estupro, miséria, roubo, injustiças, amor, amizade, lealdade e muitas tretas, acompanhamos as aventuras desse pessoal.
Não darei spoiler aqui, apenas na debate do nosso grupo do "Whats" do projeto da leitura (Quer participar, entre em contato comigo!), mas deixarei a cena que mais gosto.
Em um dado momento, Sem pernas consegue ser "adotado" por mais uma família e, nesta ocasião, a família que o acolheu o tratou com tanto amor, carinho e maternidade que Sem pernas entrou em um tremendo conflito: não queria trair a família para que os capitães furtassem a casa de seus novos "pais", porém, com muita dor no coração, Sem Pernas decide ser leal ao grupo.
Depois de uma morte (muito triste) de um personagem, o grupo meio que sofre o baque, levando cada um dos garotos seguirem seus trilhos.
Enfim galera, hoje resolvi trazer apenas algumas considerações sobre esse livro supimpa! SEM DÚVIDAS é meu livro predileto do autor, e um dos favoritos da literatura brasileira!
E você, o que achou dessa leitura? Vou adorar saber.